Monday, September 08, 2008

A gente recarrega as baterias, foge um pouco enquanto se prepara para mais uma temporada de estresses acadêmicos. Lindo o fim de semana de um casal com quase trinta, mas que passeia pelo balneário como dois adolescentes. Entre um raspa-raspa e outro, a gente ri das mulheres que vão à caça. Sim, é a bertura do verão em Porto, é divertido ver as patricinhas catando turistas. Ou simplesmente querendo pegar alguém.

Um cara aborda a gente, "Eu vi vocês hoje de manhã na praia". Eu penso "Impossível não ver um casal exótico como a gente". Me divirto vendo as pessoas nos olhar com cara de espanto, como se um cara muito alto não pudesse namorar uma menina de 1,61 m. Fico rindo por dentro com a cara de mané das pessoas. Insisto em não usar salto. Insisto em rir da jeguice feminina, as obesas de calça ultra-apertada, as peruas de salto alto na praia usando maquiagens que são verdadeiros rebocos na cara. Dá a impressão de que, a qualquer sorriso, o reboco vai rachar e cair. A gente ri de a gente mesmo. Ri dos outros.

O Carreteiro finalmente gelou. A gente dá um trato no vinho lá no jardim da pousada pra não perder o costume. E fica até a hora de dormir contando traquinagens.

Depois do café da manhã e de oziar na rede, o bom-senso manda voltar pro Recife antes do rush. Combinamos dormir no busão. Nada feito. Um cara resolve pregar durante a viagem inteira. Lê insistentemente alguns trechos da Bíblia que tem na mão (antes fosse uma gramática). Grita, esbraveja, julga e condena (e isso, eu creio que ele não tenha aprendido na Bíblia) enquanto assassina cruelmente a língua portuguesa e perturba uma viagem que dura em torno de duas horas. Dessa vez quem reza sou eu, para ter autocontrole e não pular no pescoço daquele FDP. Ele permanece gritando, parece sentir prazer em ver as pessoas irritadas. Tenta converter as pessoas enquanto eu sonho armar um barraco e chamá-lo de tudo que ele precisa ouvir.

Será esse o preço de uma fim de semana?

Filhos da p*** à parte, sempre vale a pena.

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