Sunday, June 05, 2011

Conheçam o blog de Carol

Minha amiga Carol tinha tudo pra ser diva: alta, cabeleira dygna, magra, bom gosto pra se vestir e vaidade de sobra. Mas os requisitos pra ser diva esbarravam num problema, que era nada mais, nada menos que o maior órgão do corpo humano: a pele. E eu acompanhei a evolução dela ao longo de todo o nosso curso de administração. Ela chegou com rostinho de pós-adolescente, pôs aparelho ortodôntico (quem de nós não precisou, não é verdade?) e tinha uma quantidade de espinhas aceitável. Tal como 99% das mortais. Só que, ao longo do curso, a coisa foi piorando. Carol gastava rios de $$$ com peelings, sabonetinhos, adstringentes e essa parafernália que nos perseguem e cujos efeitos, no nosso caso, são... temporários.

Um belo dia Carol decidiu encarar o temido e famigerado Roacutan. E o fez com muita coragem. Eu dei a maior força: acne não é frescura, é incômodo, constrangimento, autoestima deteriorada. Quando eu digo que ela o fez com muita coragem, falo que ela fez algo de extrema utilidade pública: criou um blog e nele registrou toda a sua evolução durante ao tratamento. Com fotos! Gente, vocês devem saber que tratamento pra acne primeiro exacerba os sintomas pra depois melhorar. E ela ia registrando, semana a semana, a evoluçãodo seu quadro. Pra quem cogita fazer o tratamento, o blog de Carol é leitura obrigatória, é gente como a gente narrando a experiência. Hoje estamos formadas (as apressadinhas que terminaram seis meses antes da turma), Carol está esperando um bebê que chega ainda este mês e sua pele continua de pêssego.

Em agosto do ano passado, na nossa colação de grau. Ela não tá usando reboco no rosto não, tá?
A pele foi que ficou pêssego mesmo...


Mas... por que eu estou falando de Carol?

Em março deste ano, comecei um mestrado. Quem me conhece sabe que era meu sonho a carreira acadêmica. Mas a mudança foi brusca e cheia de questionamentos. Saí de um trabalho que exercia há 8 anos, fiquei lisa, a depender de uma possível bolsa (que, na melhor das hipóteses, saindo, ainda é menos que meu salário), carro pra vender e muita, muita, muita coisa pra ler. Gente, vocês não tem noção do volume sobre-humano de leitura! Tem semana que é coisa de 50 páginas por dia, mais resenhas, fichamentos, exposições orais e seminários criativos. Tudo isso permeado por muita insegurança, horas de sono perdida, questionamentos vocacionais e muita, muita insegurança. O resultado de tudo isso, além de afetar o bolso, o humor e o equilíbrio, aetou minha pele. Ela está irreconhecível, cheia de espinhas que se multiplicam numa velocidade bizarra. Vitanol, Dermotivin, meu queridinho Belara, nada resolve.

Não tive dúvidas: voltei à médica que há cinco anos me receitou Roacutan (e eu, por medo, recuei) e disse que dessa vez topav. Imagine se a cada estresse que eu tiver meu rosto virar um vulcão! A primeira coisa que fiz foi consultar Carol e perguntar o que ela achava, se ela me recomendava... enfim. Ela disse: "Super-recomendo". Opinião de quem sabe! Recomendação seguida, Carol.

Amanhã faço os exames e uma pequena cirurgia pra remover dois sinais. A médica disse que feria logo, pois durante o tratamento a cicatrização fica mais lenta. E por ora o que mais me preocupa é a possibilidade de engordar ao longo do tratamento. Mas, sempre que reluto, me lembro das palavras que uma amiga do ballet ouviu da sua dermatologista: "Se você tem apenas uma espinha por mês, no fim de apenas um ano são 12 cicatrizes no seu rosto". Alguém quer isso pra si? Eu não.

Desejem-me boa sorte!

Friday, June 03, 2011

Mais uma semana acaba, uma sensação de impotência tão grande! De me dividir entre os papéis de filha, estudante, namorada, amiga e não dar conta de nenhum deles. O cálculo é uma média de 50 páginas/dia para ler, alguém tem dúvida de que isso é impossível? Daí você faz uma espécie de filtro das prioridades e... adivinha? Bate aquele desconforto por aquilo que não está sendo priorizado. Tenho a sensação de que nunca antes produzi tantos rabalhos meia-boca na minha vida. Justo agora que deveria mostrar o melhor de mim. Será o melhor de mim só isso? Mediocridade. Será que me fata vocação?