Sunday, April 29, 2012

Dia Internacional da Dança

Dentre os inúmeros sentimentos que eu tenho pela dança, o maior deles com certeza é a gratidão. Nas horas mais difíceis, é a dança que faz o piano me parecer mais leve. E, aproveitando o ensejo - hoje é o Dia Internacional da Dança -, decidi voltar ao blog, de onde tinha me afastado devido a problemas pessoais.Mas não só de coisas desagradáveis foram feitos os últimos meses. Na verdade, é do ballet que tem vindo a força pra tocar essa luta para a frente.

Por motivo de horário, troquei de turma. E agora estou numa turma que tem mais ou menos metade da minha idade. Eu sinto muita falta das minhas colegas do ballet adulto, mas o novo horário ficou bem melhor para mim e sempre que posso dou uma caminhada na ida de na volta (já que é mais cedo e menos perigoso) pra queimar as porcarias que a ansiedade me faz comer. Na turma das adolescentes, eu me deparo diariamente com as limitações da minha idade, mas, por outro lado, aprendo a lidar com isso e controlar minha autocrítica ferrenha.

A melhor parte da história é o início dos exercícios de ponta. Minha gente, é tudo muito acima das minha expectativas. Porque, apesar de toda a simbologia, que é lindo, desejado e blablablá, sempre ouvia histórias desencorajadoras: falavam-me da dor, das bolhas nos pés, da sensação de ter desaprendido tudo, porque na ponta fica mais difícil, entre outros... E quer saber? Não doeu nada. É claro que, de fato, tudo fica mais difícil, sobretudo quando você ainda não é um poço de segurança na meia-ponta, mas dor, praticamente nenhuma. No primeiro dia, nenhuma. No segundo dia, uma bolhinha no dedo mindinho. Logo sumiu. E eu descobri que gosto muito mais de fazer aula de ponta.

Pois bem, gente. A técnica continua sofrível (pra variar), e fazer exercícios numa turma que já usa ponta há mais de um ano é (mais) desafiador - porque tudo no ballet, sobretudo quando se é adulta - é desafiador. Mas aquilo me faz tão bem que nem sei explicar. Se dependesse de mim, ponta todos os dias. Mas é preciso ter os pés no chão (literalmente): ainda tenho muito o que aprender a pied plat.

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